Padrão Serial ATA chega ao mercado prometendo vantagens ao usuário.
A diferença de largura entre os cabos ATA Paralelo e ATA Serial é radical

Uma nova interface para transmissão de dados entre o HD e a placa mãe promete uma mudança significativa dentro do CPU. O Serial ATA, que já de início atinge a velocidade de 150 MB/s, supera o limite alcançado pelo ATA Paralelo, que chegou ao seu limite depois de 15 anos, com a velocidade máxima de 133 MB/s. As próximas gerações da Serial ATA oferecerão 300 MB/s em 2004 e 600 MB/s em 2007 de taxa máxima de transferência. Mas as vantagens não param por aí.
Dentro do micro, o cabo que conecta o HD ao disco instalado é bem mais estreito. "O novo conector de sinais diminuiu de 40 para 7 a quantidade de pinos de conexão", informa Carlos Valero, engenheiro de Aplicações da Seagate para o Mercosul. Para usufruir a tecnologia, é preciso ter um HD’s com a interface Serial ATA, como o Barracuda 7200.7, HD da empresa já disponível no mercado.

Mas nem sempre a interface serial foi a mais veloz. "Quem estuda informática há muitos anos aprendeu que as paralelas são mais rápidas que as seriais, pois transmitem vários bits de uma só vez, enquanto as seriais, apenas um", diz o engenheiro eletrônico especialista em hardware, Laércio Vasconcelos. Ele lembra que isso era válido nos anos 70, quando a eletrônica moderna ainda estava nos primeiros anos de vida. "Hoje, depois de 50 anos de evolução, a eletrônica transistorizada está muito mais desenvolvida. Existem técnicas de transmissão de dados seriais muito eficientes e velozes", afirma.

Os principais meios de transmissão atuais são seriais, como as redes Ethernet, as interfaces USB e a Firewire. "Os discos rígidos IDE e SCSI têm utilizado a transmissão paralela com 16 bits. Um dos problemas dela é a interferência entre os bits vizinhos, uma espécie de efeito 'linha cruzada', que obriga a usar técnicas para reduzir o ruído eletrônico e que acabam limitando a velocidade", explica Vasconcelos.

Nas transmissões seriais não há esse problema, já que não existem bits 'vizinhos'. No caso do Serial ATA, os cabos mais estreitos permitem um gabinete mais arejado, o que estende a vida útil do equipamento e diminui a temperatura interna do sistema.

Hoje, as interfaces de disco rígido usam os padrões IDE e SCSI, sendo o primeiro o mais usado nos micros pessoais. Os principais fabricantes de HDs e placas-mãe já estão fornecendo dispositivos no novo padrão Serial ATA. "Durante dois ou três anos viveremos uma fase de transição, e depois disso todos os PCs e discos rígidos novos utilizarão o padrão S-ATA", aposta Vasconcelos. "O ideal é que a placa-mãe permita sempre velocidades superiores as máximas de transferências dos periféricos", explica Valero. Caso contrário, a alta velocidade será perdida.

Segundo o guru Vasconcelos, o usuário sentirá a diferença na inicialização mais rápida do sistema operacional e de aplicativos. Para quem monta micros ou gosta de mexer nos seus, outra vantagem: a interface Serial ATA dispensa 'jumpers' para identificar os HDs 'master' e 'slave', nem de softwares para atualização. "Os profissionais da informática terão que adquirir novos conhecimentos técnicos relativos à interface", afirma.

De acordo com o instituto de pesquisa IDC, 70% dos desktops fabricados no mundo em 2005 contarão com interface Seria ATA em seus HDs. Mais tarde, as outras conexões quem implicam transmissão de dados – como drive de CD e disquete – também usarão o sistema.

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